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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

2014 se vai... com muitos danos para docentes e funcionários da UGF

O findar de 2014 deixa um saldo negativo para a educação superior carioca e, por extensão, nacional. O erro do descredenciamento da UGF, que tinha IGC 3, com cursos com IGC 5, como o de História, vários pesquisadores com fomentos das agências governamentais e uma Escola de Medicina com dois mil alunos, deixou consequências dramáticas para os docentes e funcionários da IES. Havia alternativas, a intervenção era uma possibilidade de ação, que já havia sido efetivada no caso de outras instituições, ou, até mesmo, como preconizado pelos reitores das universidades federais do Rio de Janeiro, a federalização da IES. Porém, a mercantilização da educação, que observa apenas as relações entre Estado-Mantenedora-Clientes (Alunos e Pais de Alunos), retirando da equação educadores e funcionários da educação; além de desconectar a responsabilidade do Estado com a função social da Universidade, engendrou a medida do descredenciamento. O resultado é uma espécie de anuência estatal à irresponsabilidade adminstrativa dos gestores, de Márcio André Mendes Costa, que recebeu dos filhos do Ministro Gama a IES e as debêntures dos fundos Petrus e Postalis, até Adenor Gonçalves dos Santos, que fez uma operação de destruição da instituição, que poucos administradores conseguiriam. Houve professores e funcionários que tiveram suas relações pessoais desestabilizadas, perderam casas, veículos... a saúde. A aprovação na Alerj para a desapropriação do campus da Piedade deveria ser vista, pelo Governador Pezão, como uma possibilidade de minimizar o dano à sociedade fluminense, criando a possibilidade de uso de um parque educacional para o atendimento aos cidadãos em preparação para o ingresso especializado no Mercado de Trabalho e o exercício crítico da cidadania. Entretanto, para que isso se converta em apoio aos docentes e funcionários, somente ocorreria vinculando desapropriação e execução judicial das causas trabalhistas - o que parece ser pouco provável. Enfim, o MEC não cumpriu o seu papel de regulador da educação superior, Mercadante, Paim e José Messias sucumbiram aos ditames do Mercado, para o qual os debilitados devem sucumbir. Uma instituição que existia desde 1939 foi extinta, sem mais. Alunos peregrinam ainda atrás de documentação, muitos perderam os cursos e desistiram da educação superior. Centenas e centenas de funcionários e docentes permanecem desempregados na educação superior, pessoas que dedicaram suas vidas à formação de profissionais muito bem qualificados e cidadãos críticos foram desprezadas pelo MEC, e tiveram seus direitos aviltados pelos "donos do negócio", dos quais o último responsável é Adenor Gonçalves dos Santos, que tem responsabilidade que se estende, também, aos Gama e ao Levinsohn. Por isso, lamentamos igualmente o malefício gerado aos docentes, funcionários e estudantes do Centro Universitário da Cidade, para quem 2014 também não foi um bom ano. Esperamos que as ações judiciais, até mesmo criminais, iniciadas pela CPI das IES privadas, desenvolvidas pela ALERJ, bem como as ações trabalhistas, logrem sucesso.

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